É vital que o jornalismo de grandes portais encontre uma maneira de se estabelecer na Internet. Pedir para o cidadão pagar conteúdo não é o caminho. Não à toa, o WhatsApp tem figurado cada vez mais em fontes de informação para pessoas que não assistem mais a televisão. Precisa-se pensar em alternativas que não seja cobrar assinatura para se manter informado.
Mas como se adaptar a era digital no jornalismo?
A publicidade parece o caminho natural. O g1, por exemplo, coloca dezenas de anúncios nos conteúdos. É tráfego pago. Quem exibe precisa ter sua parcela de grana também. Não me parece que a longo prazo os jornais sobreviverão cobrando R$ 9,99 (ou mais ou menos) de assinantes para serviço de informação na Internet. A era digital do jornalismo pode ser muito mais.
Sim, a discussão parece antiga, mas recentemente o UOL passou a cobrar também pelo conteúdo navegado. Se todas as plataformas começarem a cobrar, o que será da informação popular a não ser rodas de conversas ou informações compartilhadas por Whatsapp? É um risco que a informação fique na mão de quem tem dinheiro. De que fique na mão de poucos. Não sei em qual faculdade de jornalismo ensinaram isso, mas isso não é acesso ou defesa ao cidadão. Isso não deve ser o caminho de uma era digital jornalística.
Jornalismo na Era Digital em Santa Catarina
Em Santa Catarina, um dos veículos mais populares é por assinatura. Outro jornal popular é mantido aberto, onde todos têm acesso. Adivinhem onde estão as colunas com mais fake News?
Jornais sempre cobraram por suas edições impressas!? Sim, mas eram outros tempos. A Internet mudou tudo e virou o mundo do avesso. E muito do que conhecíamos do jornalismo ficou pra trás. As redações foram sucateadas e muito do jornalismo não se adaptou. Os nove reais foram as melhores ideias que tiveram.
A quantidade de jornalistas que migraram pra outras áreas, se transformaram em publicitários ou foram trabalhar com linguagem de venda na Internet não está contabilizada. A expertise de texto de muitos jornalistas não ficaram nas redações – migrou-se para assessorias ou tráfego pago. Essa galera poderia estar ajudando as redações a crescerem, talvez. Mas quem vai ficar nas condições atuais? É difícil.
Os impressos eram pagos, sim, mas também tinham uma modalidade de assinatura (que parece ser o que querem todas as redes, atualmente) e ganhavam muito em publicidade e classificados. Bom, que se ganhe muito novamente em publicidade e se deixe o povo mais bem informado. Esse é o caminho.
Não sou contra acesso exclusivo a colunas, por exemplo. Colunista de jornal tem e deve ganhar bem. Se tiverem assinantes, ótimo. Mas as notícias principais do mundo, da região, tem que ter gratuidade.
O que não se pode é criar uma cultura de colunismo, que é o que o jornalismo de Santa Catarina virou. As notícias da cidade vão para colunistas que conseguiram um furo de reportagem importante e, para acessar, tem que pagar pra ler. Brilhante, não?!