Instantes Capturados é um filme catarinense triste sobre uma Florianópolis não dita

Qual Florianópolis você enxerga? Que cidade você vê? Essa é a base que Maria Augusta Nunes explora no fantasmagórico Instantes Capturados, novo curta-metragem da Novelo Filmes, que está em exibição no festival internacional FANTASPOA. A premissa simples aborda uma professora que fotografa pontos turísticos da ilha de Florianópolis para a aula sobre urbanismo e política sociocultural que está dando.

No filme de Maria Augusta Nunes não tem gente, não tem multidão, é apenas uma cidade dentro de uma rotina urbana sem vida. Numa espiral de natureza solitária. Durante suas sessões de fotografia, a professora encontra um manezinho que diz: “a vista é bonita, né?”. É. E o que mais? A natureza da cidade é bela, mas como são as pessoas? Essa parece ser a mensagem do filme.

Que cartão postal é esse? Sem gente… só carros e pôr-do-sol. Uma cidade triste, com sua escola sem alunos, de corredores vazios e de atmosfera fúnebre. O desaparecimento gradual de professoras não parece afetar a cidade, que continua correndo em seus carros. A educação desaparece – e nada. Que instantes são esses que o filme promete?

Esse é o cerne da questão. A professora é enquadrada pela primeira vez ao ver um fantasma. Uma mulher, uma educadora, desaparecida na cidade. Ela está diante de nós e não consegue mais falar. Ela apenas vive – até seu desaparecimento.

Instantes capturados? Sim, instantes de morte, solidão, desespero e desaparecimento.

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